PINTURAS SIMBOLISTAS DE ODILON REDON E O SIMBOLISMO NAS ARTES - NA LITERATURA DE MALLARMÉ

PINTURAS SIMBOLISTAS

ODILON REDON

O "Príncipe dos Sonhos"




A Intensidade Cromática das Pinturas de Redon

"Vaso com Flores e Borboletas"

Música: "L' Isle Joyeuse" ("A Ilha Alegre") - Claude Debussy

Compositor francês (1862-1918)

Imagens das pinturas de Odilon Redon

Odilon Redon foi um pintor francês,
considerado o mais importante do movimento Simbolista. 

Simbolismo

"Simbolismo é um movimento literário da poesia e das outras artes, que surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época. Movido pelos ideais românticos, estendendo suas raízes à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Não sendo considerado uma escola literária, teve suas origens de 'As Flores do Mal', do poeta Charles Baudelaire." 

"Para o simbolismo, tudo pode assumir um significado simbólico: elementos da natureza, construções do homem, formas abstratas, etc.
O homem possui um grande potencial para criar símbolos até mesmo inconscientemente, o que confere a objetos ou formas uma importância psicológica bem maior, especialmente nas artes visuais.
Desde a antiguidade mais remota há registros de símbolos deixados pelos nossos antepassados, e que ajudaram a construir nossa história. Hoje em dia, pinturas e esculturas ainda unem história, religião e arte, emocionando e encantando o olhar daqueles que as apreciam."
Fonte: http://www.infoescola.com/artes/o-simbolismo-nas-artes-plasticas/




O Simbolismo nas artes plásticas

O Simbolismo se manifestou na literatura, porém também teve grande expressão nas artes plásticas.

"Oriundo do impressionismo, Paul Gauguin deixa-se influenciar pelas pinturas japonesas que aparecem na Europa, provocando verdadeiro choque cultural - e este artista abandona as técnicas ainda vigentes nas telas do movimento onde se iniciou, como a perspectiva, pintando apenas em formas bidimensionais. A temática alegórica passa a dominar, a partir de 1890. Ao artista não bastava pintar a realidade, mas demonstrar na tela a essência sentimental dos personagens - e em Gauguin isto levou a uma busca tal pelo primitivismo que o próprio artista abandonou a França, indo morar com os nativos da Polinésia francesa.

Em França outros artistas, como Gustave Moreau, Odilon Redon, Maurice Denis, Paul Sérusier e Aristide Maillol, aderem à nova estética. Na Áustria, usando de motivos eminentemente europeus do estilo rococó, Gustav Klimt é outro que, assim como Gauguin, torna-se conhecido e apreciado. O norueguês Edvard Munch, autor do célebre quadro "O grito", alia-se primeiro ao simbolismo, antes de tornar-se um dos expoentes do expressionismo."
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Simbolismo

"Vaso de Papoulas"

"Flores no Vaso Preto"

As gravuras sombrias em Preto e Branco de Redon do início de carreira

"Flor de Pantano - Rosto Triste e Humano"

"Redon começou trabalhando com gravuras e desenhos a fusain (carvão), e depois passaria à litografia. Ele achava que o fusain  não tinha beleza em si e que, por isso, se adequava a sua pesquisa de "luz e sombra e o invisível". "Com o fusain não é possível ser divertido, apenas sério", escreveu ele. "É um meio que requer doses iguais de perspicácia e lógica no momento da inspiração".

"A Musa"

"O Anjo Caído"

Depois das Pinturas Negras, as Cores:

Redon gostava de cores,

dizia que elas tem uma alegria que o tranquilizava

"A partir de 1890, Redon começou a preferir a tinta a óleo e giz pastel. Ele escreveu em carta a um amigo: "Sinto chegar o momento em que o tempo vale o dobro, o momento em que o artista se conhece e deixa de vaguear. Senhor de meu pequeno domínio, sinto mais do que antes o júbilo que o trabalho pode trazer. O pastel deu-me nova esperança de expressão plena de meus sonhos. As cores tem uma alegria que me tranquiliza; elas estão me levando a algo diferente, algo novo".

Embora a partir daí Redon trabalhasse quase exclusivamente em cor, seus trabalhos em branco e preto continuavam a serem admirados.

O uso da cor por ele continuaria pelo resto da vida.

Os temas favoritos eram retratos, flores, mitos e religião"

(Fonte: Livro "Redon" - Coleção de Arte - Editora Globo)

"Mulher Entre as Flores"

 As Pinturas Mitológicas e Místicas

"A Carruagem de Apolo"

"A Carruagem de Apolo"

Redon pintou várias versões da cena mitológica "A Carruagem de Apolo".
Apolo, que era filho de Zeus, rei dos Deuses do Monte Olimpo, tinha uma "Carruagem de Fogo" a qual voava os céus com seus cavalos alados. Sua carruagem era o Sol que fazia o dia ser claro.

"A Carruagem de Apolo"

"A Carruagem de Apolo"

"A Carruagem de Apolo" (Tríptico)

"As pinturas de Redon costumavam explorar temas mitológicos, surreais e até mesmo os seus próprios sonhos, sendo que suas telas eram bastante admiradas pelo também pintor francês Henri Matisse."

Fonte:  http://noticias.universia.pt/en-portada/noticia/2014/04/29/1095638/arte-semana-the-black-pegasus-odilon-redon.html

"O Pegasus Negro"

"O Pégaso é o cavalo alado que, segundo a mitologia grega, representa a imortalidade. Na pintura acima, Pégaso aparece em evidência no céu, contrastando com os tons de azul do fundo e de vermelho imediatamente abaixo das patas."

"Brunilda"
(Uma das valquírias na mitologia nórdica)

"Nascimento de Vênus"

"O Nascimento de Vênus"

"Orfeu"

"Ophelia"

"Ophelia Entre as Flores"

"Salomé"

"Conversa Mística"

"O Buda"

"O Sagrado Coração - Buda" ("Le Sacreé-Cour - Bouddha")

"Homem Velho Alado com Longa Barba Branca"

"Mistério"

"Dhamma" ou "Darma" (Lei)

"Flor de Sangue"

"Meditação"

"Evocação"

"Reflexão"

"Garota com Crisântemos"

"A Árvore Vermelha"

"O Martírio de São Sebastião"

"Moça"

Redon foi chamado de "O Príncipe dos Sonhos".
Seu inconsciente o inspirava:

"A natureza exige obediência aos dons que dela recebemos. Os meus conduziram-me ao reino dos sonhos; sofria os tormentos da imaginação e as surpresas que ela me apresentava sob o lápis".

"Nada na arte pode ser produzido apenas pela vontade. Tudo é feito pela dócil submissão ao inconsciente."

"Mulher e Criança"

"Mulher com Flores do Campo"

"A Célula Dourada" ("La Cellule d'Or")

"Cabeça de Mulher"

 
Redon tornou-se mais otimista e ousado em sua utilização da cor.

"Vaso com Guerreiro Japonês"

"...deixo livre a minha imaginação no sentido de utilizar tudo o que a litografia  pode me oferecer. Cada uma das muitas peças é o resultado de uma procura apaixonada do máximo que pode ser extraído da conjugação do uso do lápis, papel e pedra".

"Meus desenhos inspiram e não devem ser definidos. Não determinam coisa alguma. Tal como a música, eles nos conduzem ao mundo do ambíguo e do indeterminado."
(Odilon Redon)

"Concha"

"Flores no Vaso Azul"

Vídeo-Música - As obras de Redon "Do Negro às Cores"

Vida e Obra de Odilon Redon

"Bertrand-Jean Redon, conhecido como Odilon Redon, nasceu em Bordeaux, 20 de abril de 1840 e faleceu em Paris, 6 de julho de 1916.

Foi um pintor e artista gráfico francês considerado o mais importante dos pintores do simbolismo, por ser o único que soube criar uma linguagem plástica particular e original."

Auto-retrato

"Redon foi um dos membros mais destacados do movimento simbolista, cujas bases teóricas foram definidas pelos manifestos do poeta  Mallarmé  e pela estética romântica. Diferente da obra de seus colegas, a sua chegou aos limites da sugestão e da abstração, e pode-se dizer que, tanto formal quanto conceitualmente, chegou, de modo visionário, perto da futura vanguarda surrealista.

Sua iniciação teve mais a ver com a arte gráfica do que com a pintura. De fato, Redon aprendeu as técnicas da gravura com Bresdin, influenciado pela obra de Doré. Como pintor, interessou-se pelas paisagens da Escola de Barbizon e pela obra de Rembrandt.

Em 1884 fundou com Gauguin e Seurat o 'Salon des Indépendants' (Salão dos Independentes) e também participou das exposições do grupo Le XX, em Bruxelas. A partir de 1890 relacionou-se com os poetas simbolistas Mallarmé e Huysmans. O marchand Durand-Ruel, interessado em sua obra, propôs uma exposição individual.

"A técnica mais utilizada por Redon era o pastel, que lhe permitia trabalhar as cores com texturas diferentes e bastante mescladas. Seu mundo de visões e sonhos, povoado de criaturas estranhas e às vezes monstruosas, fascinou os jovens do grupo 'Les nabis' e influenciou significativamente os surrealistas.

Suas gravuras são ricas com uma visão muito pessoal de um universo de sonho. Ele mesmo declarou, "...deixo livre a minha imaginação no sentido de utilizar tudo o que a  litografia pode me oferecer. Cada uma das muitas peças é o resultado de uma procura apaixonada do máximo que pode ser extraído da conjugação do uso do lápis, papel e pedra"."
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Odilon_Redon

"A obra de Odilon Redon é uma autobiografia pictórica, algo que ele costumava recomendar como tentativa de cada um "escrever" a história de seu próprio coração."

Música: "Prelúdio à Tarde de um Fauno" - Claude Debussy

Compositor francês (1862-1918)

Regente: Leonard Berstein

As interligações das Artes

A pintura simbolista de Redon, os poemas simbolistas de Mallarmé e a música inspirada neles.


"O poema 'A Tarde de um Fauno', de Stéphane Mallarmé, publicado em 1876 foi um marco na literatura francesa, como expoente do simbolismo e cujo refinamento lírico fez com que Paul Valéry considerasse-o como o maior poema da literatura da França. Na obra o autor retrata um fauno a relembrar as aventuras sensuais que tivera pela manhã, junto a ninfas."
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fauno

O Poeta Simbolista Mallarmé

O compositor francês Debussy, inspirou-se num poema de Mallarmé para compor seu "Prelúdio à Tarde de um Fauno"

"Stéphane Mallarmé, cujo verdadeiro nome era Étienne Mallarmé, (Paris, 18 de Março de 1842 - Valvins, comuna de Vulaines-sur-Seine, Seine-et-Marne, 9 de Setembro de 1898) foi um poeta e crítico literário francês.

Autor de uma obra poética ambiciosa e difícil, Mallarmé promoveu uma renovação da poesia na segunda metade do século XIX, e sua influência ainda é sentida nos poetas contemporâneos como Yves Bonnefoy.

Mallarmé se utilizava dos símbolos para expressar a verdade através da sugestão, mais que da narração. Sua poesia e sua prosa se caracterizam pela musicalidade, a experimentação gramatical e um pensamento refinado e repleto de alusões que pode resultar em um texto às vezes obscuro. 

Seus poemas mais conhecidos são L'après-midi d'un faune (1876), que inspirou 'Prélude à l'après-midi d'un Faune' (Prelúdio à Tarde de um Fauno), do compositor Claude Debussy (ouça a música acima) , e 'Herodias' (1869).

Outras obras importantes de Mallarmé são a antologia Verso e prosa (1893) e o volume de ensaios em prosa Divagações (1897)."

Retrato de Stéphane Mallarmé

pintado por Édouard Manet

"Mallarmé destacou-se por uma literatura que se mostra ao mesmo tempo lúcida e obscura. É por isso considerado um poeta difícil e hermético. Nas famosas tertúlias literárias, em sua casa, em Paris, rue de Rome, reunia-se a elite intelectual da época para sessões de leitura e conversas sobre arte e literatura. Entre os convidados, André Gide e Oscar Wilde. Seus comentários críticos sobre literatura, arte e música estimularam enormemente os escritores simbolistas franceses, assim como aos artistas e compositores da escola impressionista, que ao final do século XIX desenvolveram uma arte espontânea em oposição ao formalismo da composição."

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/St%C3%A9phane_Mallarm%C3%A9

"O excesso de exatidão censura a tua vaga literatura."
(Mallarmé)

"Um poema é um mistério cuja chave deve ser procurada pelo leitor."
(Mallarmé)