"O Disco de Newton - Estudo para Fuga em Duas Cores" - Frantisek Kupka Pintor checo (1871-1957)
Música: "Piano Trio em Sol Menor - Op. 15" - Smetana
Smedrich Smetana - compositor checo (1824-1884)
Orfismo
Movimento Cubista Órfico
"Orfismo foi um movimento efêmero da pintura francesa que brotou do cubismo por volta de 1912. A palavra orfismo, que já fora usada com relação aos simbolistas, foi aplicada ao movimento por Guillaume Apollinaire; a referência a 'Orfeu', o poeta-cantor da mitologia grega, refletia o desejo dos artistas envolvidos de acrescentar um novo elemento de lirismo e cor ao austero cubismo intelectual de Picasso, Braque e Gris. Os pintores arrolados por Apollinaire, que formou o chamado grupo de Puteaux, como praticantes do orfismo eram Robert Delaunay, Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp e Frank Kupka. Os orfistas faziam da cor o principal meio de expressão artística, e Delaunay e Kupka incluíram-se entre os primeiros artistas a pintar obras totalmente não-figurativas, perseguindo uma suposta analogia entre a abstração pura e a música.
Embora efêmero, o orfismo exerceu forte influência sobre a pintura alemã (especialmente sobre Macke, Marc e Paul Klee) e sobre o sincromismo.
Frantisek Kupka foi um pintor checo, nascido na Boemia Oriental, em 1861.
A sua vida de artista começa a formar-se aos treze anos, quando trabalhou num atelier de estofagem. Neste atelier, Kupka é influenciado pelos temas do ocultismo, através do seu chefe. Reconhecidos os seus dotes artísticos, Kupka ingressa na Escola de Artes Aplicadas de Jaromer. Mais tarde, entra na Academia de Belas Artes de Praga, onde se licencia em 1892.
Após a licenciatura, Kupka parte para Viena, Áustria, onde estuda na Akademie der Bildenden Küste, e toma contacto com Gustav Klimt, Arnold Schönberg e Sigmund Freud, aprofundando o seu lado oculto.Em 1896 viaja para Paris, onde se instala definitivamente. A Cidade das Luzes terá um efeito libertador da influência obscura de Viena. Estuda na Académie Julian e na École des Beaux-Arts. Nos primeiros anos em Paris trabalha em ilustrações para publicações, de conteúdo satírico, como Cocorico e L'Assiette au Beurre, e na elaboração de cartazes.
Por volta de 1906, Kupka dedica-se ao estudo da cor, elaborando pinturas de colorido intenso, e de pinceladas arbitrárias. Influenciado pelos irmãos Duchamp Villon, seus vizinhos no bairro Puteaux, onde residia, Kupka frequenta reuniões dedicadas às artes plásticas, e à ligação da matemática ao cubismo. Kupka incia, assim, o caminho para a abstração, através de pinturas como Discos de Newton (1911) ou Amorfa (1912). Em 1912, Kupka, juntamente com Robert Delaunay, Fernand Léger e Francis Picabia, faz parte de um grupo de artistas integrados no movimento cubismo órfico."
http://pt.wikipedia.org/wiki/Franti%C5%A1ek_Kupka
"Primeiro Passo" - Frantisek Kupka
"Azul" - Frantisek Kupka
Robert Delaunay
Robert Delaunay
Robert Delaunay
Robert Delaunay
Robert Delaunay
Robert Delaunay
"Robert Delaunay foi um artista francês que usava o abstracionismo e o cubismo em seu trabalho.
Delaunay iniciou no Impressionismo e depois no estilo abstrato, reminiscente de Paul Klee. Sua influência chave relacionou-se ao uso da cor, e a um amor desobstruído da experimentação da profundidade e do tom. Ele começou a pintar muito novo, e por volta de 1903, produzia imagens maduras em um estilo confiante e impressionista. Em 1908, após um semestre no trabalho militar como um bibliotecário regimental, conheceu Sarah Stern com quem se casou e ela passou a se chamar Sonia Delaunay.
Em 1909, Delaunay começou a pintar uma série de estudos da cidade de Paris e da Torre Eiffel.
Pelo convite de Wassily Kandinsky, Delaunay junta-se ao grupo "O Cavaleiro Azul" (Der Blaue Reiter), um grupo de artistas abstratos de Munique, em 1911, e sua arte se volta para o abstrato.
Na deflagração da I Guerra Mundial Delaunay e sua esposa encontravam-se de férias na Espanha, e acabaram se estabelecendo com amigos em Portugaldurante o conflito. Vieram viver, juntamente com o filho Charles, para Vila do Conde entre o Verão de 1915 e inícios de 1917, numa casa a que chamaram La Simultané. Aí aprofundaram a amizade com os pintores Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros. Robert, tal como Sonia, fascinados pela luz portuguesa, desenvolveu aí as suas teorias sobre a cor simultânea. Neste período, o casal assumiu vários trabalhos desenhando trajes para a ópera de Madrid, e Sonia Delaunay começou um negócio de design de moda. Até meados de 1916 tiveram, em Vila do Conde, a companhia do pintores Eduardo Viana e Samuel Halpert.
Após a guerra, em 1921, retornaram a Paris. Delaunay continuou a trabalhar em um estilo na maior parte abstrato. Durante a Feira Mundial de Paris em 1937, Delaunay participa no projeto da estrada de ferro e dos pavilhões de viagem aérea.
Com o início da II Guerra Mundial, os Delaunays mudam-se para Auvérnia (Auvergne) com o intuito de fugir às forças invasoras alemãs. Sofrendo de cancro, Delaunay não estava capaz de ser transferido de localidade em localidade, e sua saúde deteriorou-se. Morre em Montpellier, a 25 de outubro de 1941, aos 56 anos, vítima de cancro. O seu corpo foi transladado para Gambais em 1952."
Francis Picabia
Picabia
Picabia
Picabia
Picabia
Picabia
Picabia
Picabia
Francis-Marie Martinez Picabia foi um pintor e poeta francês
Estudou em sua cidade natal, Paris, na École des Beaux-Arts e na École des Arts Décoratifs. Recebeu uma forte influência do impressionismo e do fauvismo, em especial de la obra de Picasso e Sisley. De 1909 a 1911 esteve vinculado ao cubismo e foi membro do grupo "Puteaux", onde conheceu os irmãos Marcel Duchamp, Jacques Villon, Suzanne Duchamp e Raymond Duchamp-Villon. Em 1913 viajou aos Estados Unidos, onde entrou em contato com o fotógrafo Alfred Stieglitz e o grupo dadá estadunidense. Em Barcelona, publicou o primieiro número de sua revista dadaísta "391" (1916) contando com colaboradores como Apollinaire, Tristan Tzara, Man Ray e Arp. Após passar um período na Costa Azul com uma forte presença surrealista, regressa a Paris e cria com André Breton a revista "491"
Pintor francês, nascido em 1879 e falecido em 1953, passou por um pequeno período pós-impressionista, envolvendo-se no Futurismo e no Orfismo, e tornando-se a principal figura do Dadaísmo parisiense. Participou no projeto das revistas 291 e 391, fundamentais para a compreensão desta corrente artística. A partir de 1920 passou a contactar com André Breton e tornou-se um ativo surrealista. Na diversidade da sua obra não se encontra uma linha evolutiva clara, mais que o desejo constante de se opor ao convencional e ao estabelecido, uma busca permanente e múltipla da originalidade."
Fonte: http://www.infopedia.pt/$francis-picabia
Fernand Léger
Fernand Léger Pintor francês (1881-1955
Fernand Léger
Fernand Léger
Fernand Léger
Fernand Léger
"Foi um pintor francês que se distinguiu como pintor e desenhista cubista, autor de muitas litografias.
Nascido na Baixa-Normandia, França, em 1881, iniciou a sua formação artística aos catorze anos, sendo aprendiz de um arquiteto em Caen. Em 1900 rumou para Paris, onde ingressou na Escola de Artes Decorativas, após uma tentativa frustrada de ingressar na Escola das Belas-Artes.
Em 1908, e na mesma cidade, instalou-se num edifício conhecido como "Ruche" (colmeia, em português), onde conviveu com outros artistas como Jacques Lipchitz, Robert Delaunay e Marc Chagall
Entre 1909 e 1910, realizou a sua primeira grande obra 'Nus no bosque', uma pintura onde são notáveis as aspirações impressionistas.
A partir do de 1911, conheceu Pablo Picasso e Georges Braque, os quais lhe transmitiram influências cubistas, nas quais se aplicou e trabalhou durante a maior parte da sua carreira artística.
Em 1914, com o início da Primeira Grande Guerra, Léger foi recrutado para as trincheiras. Após esta etapa da sua vida, a sua pintura passou a representar a sua admiração pelos objetos mecânicos, tendo especial interesse pelos tanques de guerra.
A partir de 1920, predomina em sua obra a figura humana enquadrada por elementos industriais. Ainda na segunda década do século, numa nova fase da sua vida, produz e dirige o filme O ballet mecânico.
Devido à Segunda Grande Guerra, exilou-se nos Estados Unidos, onde foi professor na Universidade de Yale e no Mills College, tendo voltado para França em 1945.
De volta à sua terra natal, concebeu os vitrais da Igreja do Sacré-Coeur de Audincourt e um painel para o Palácio das Nações Unidas de Nova Iorque.
Em 1945 filiou-se no Partido Comunista e a sua obra passa a focar o trabalhador e o proletariado.
Pintou em 1954 o seu mais conhecido quadro: A grande parada.
Em 1955, ano do seu falecimento, foi homenageado com o premio da Bienal de São Paulo.
O trabalho de Léger exerceu uma influência importante no construtivismo soviético. Os modernos pôsteres comerciais, e outros tipos de arte aplicada, também se vieram influenciar por seus desenhos. Em seus últimos trabalhos, realizou uma separação entre a cor e o desenho, de tal maneira que suas figuras mantêm seus formulários robóticos definidos por linhas pretas."
Isaac Newton, físico e matemático inglês, descreveu que a luz do sol podia ser decomposta em várias cores fazendo-a passar por um prisma de três faces.
Isto produzia um espectro que ia do vermelho, passando pelo laranja, o amarelo, o verde e o azul até ao violeta. É o próprio arco-íris. Abaixo duas pinturas com círculos de cores, do artista checo Franz Kupka, em referência ao físico Isaac Newton
"Disco de Newton" - Franstisek ou Franz Kupka Pintor e artista gráfico checo (1871-1957)
"Disco de Newton" - Franstisek ou Franz Kupka Pintor e artista gráfico checo (1871-1957
Música: "Quarteto para Piano em Sol Menor" - MOZART
(Chromadeptd 3D)
(As cores da pontuação gráfica de barras mostram quais instrumentos estão tocando)
TEORIA DAS CORES DE ISAAC NEWTON
O físico e matemático inglês Isaac Newton (1642-1727) acreditava na teoria corpuscular da luz,
tendo grandes desavenças com Huygens (1629-1695), também físico e matemático, que acreditava na teoria ondulatória de luz.
Posteriormente, provou-se que a teoria de Newton não explicava satisfatoriamente o fenômeno da cor. Mas sua teoria foi mais aceita devido ao seu grande reconhecimento pelo estudo do descobrimento da gravitação.
Newton contribuiu de todo modo para a teoria das cores, deixando importantes experimentos sobre a decomposição da luz com prismas, a qual acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz.
Newton, em 1666, comprou um prisma de vidro (vidro triangular – um peso de papel) e observou em seu quarto, como um raio de sol da janela se decompunha ao atravessar o prisma. Sua atenção foi atraída pelas cores do espectro, onde um papel no caminho da luz que emergia do prisma aparecia às sete cores do espectro, em raios sucessivos: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul anil e o violeta. Desta maneira ele produziu seu pequeno arco-íris artificial. Rocha (2002, p. 219), relembra que Newton em seu livro Philosophical Transactions (1672), por meio de uma carta ao Editor de Cambridge para ser comunicada à R. Society, concluiu sua teoria comunicando:
"Para cumprir minha promessa anterior, devo sem mais cerimônias adicionais informar-lhe que no começo do ano de 1666 (época que me dedicava a polir vidros óptico de formas diferente da esférica), obtive um prisma de vidro retangular para tentar observar com ele o célebre fenômeno das cores. Para este fim, tendo escurecido meu quarto e feito um pequeno buraco na minha janela para deixar passar uma quantidade conveniente de luz do Sol, coloquei o meu prisma em uma entrada para que ela pudesse ser assim refratada para a parede oposta. Isso era inicialmente um divertimento muito prazeroso: ver todas as cores vívidas e intensamente produzidas, mas depois de um tempo dedicando-me a considerá-las mais seriamente, fiquei surpreso por vê-las..."
Sir Isaac Newton em sua experiência
Em seguida, Newton repetiu a experiência com todas as raias correspondentes às sete cores, mas elas permaneciam simples. Desta forma ele concluiu que a luz branca é composta por todas as cores do espectro e provou isso reunindo as raias coloridas mediante a uma lente, obtendo, em seu foco, a luz branca. E mais adiante Rocha (2002, p. 220) destaca em seu livro que Newton afirmou:
"Cores não são qualificações da luz derivadas de refração ou reflexões dos corpos naturais (como é geralmente acreditado), mas propriedades originais e inatas que são diferentes nos diversos raios. Alguns raios são dispositivos a exibir uma cor vermelha e nenhuma outra; alguns uma amarela e nenhuma outra, alguns uma verde e assim por diante. Nem há apenas raios próprios e particulares para as cores mais importantes, mas mesmo para todas as cores intermediárias."
Rocha (2002, p. 221) diz que o espectro não mostra cores nitidamente limitadas. Newton também teve a ideia de estabelecer relações entre elas e os sons da escala musical, dividindo as infinitas cores do espectro, com todos os graus, em sete grupos de cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul anil e violeta.
Como não temos um critério preciso para definir determinada cor, é desnecessária a preocupação com o número e a denominação das cores do arco-íris. Através de um dispositivo dividindo em sete cores, cada uma das quais pintadas com uma das cores do espectro, que ao girar rapidamente, as cores se superpõem sobre a retina do olho do observador, dando a sensação do branco. Este é o dispositivo conhecido como o "Disco de Newton". No mesmo artigo Newton escreve:
"...a observação experimental do fenômeno é inverso ao da dispersão das cores do espectro pelo prisma: Mas a composição surpreendente e maravilhosa foi aquela da brancura. Não há nenhum tipo de raio que sozinho possa exibi-la. Ela é sempre composta e frequentemente tenho observado que fazendo convergir todas as cores do prisma, sendo desse modo novamente misturadas como estavam na luz, esta é inteira e perfeitamente branca..."
DISCO DE NEWTON
Notamos que a luz se propaga em forma de variações transversais e atravessam com menor ou maior facilidade, todas as substancias chamadas transparentes. Para Neto (1980), luz é a designação que recebe a radiação eletromagnética que ao penetrar no olho humano, acarreta uma sensação de claridade sendo ela responsável pelo transporte de todas as informações visuais que recebemos. Explica Rocha (2002, p. 221) que para Newton a luz é composta por corpos luminosos, que chega até aos olhos do observador e produz a sensação de luminosidade, como a emissão, por parte de pequenas partículas e diz:
"Depois disto, portanto, vem a brancura que é a cor usual da luz, pois esta resulta no confuso conjunto de raios dotados de todos os tipos de cores, como elas são promiscuamente lançadas dos corpos luminosos."
Com essa teoria chamada "Teoria corpuscular da escuridão", ele não inventou o telescópio refletor – que causa aberrações cromáticas, emprega um espelho côncavo, que reflete a luz. Certamente já vimos isso acontecer: por um pedaço de vidro, um aquário ou algo de gênero que produz faixas coloridas, como um CD qualquer, verá os reflexos produzidos que variam uma gama de cores vivas. As gotas de chuva tem o mesmo efeito, na fronteira do ar com a água, a luz é refratada e os diferentes comprimentos de onde que formam a luz do Sol são inclinados em diferentes ângulos, como no prisma de Newton, no interior das gotas passam, as cores desdobram, até atingirem a parede côncava do outro lado e assim são refletidas de volta e para baixo, saindo da gota de chuva. A cor, portanto, pode ser considerada uma sensação ou efeito fisiológico que produz cada um destes elementos dispersos que constituem a luz branca. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_cores
RODA DAS CORES DE NEWTON
DISCO DE NEWTON
TEORIA DAS CORES DE GOETHE
Roda criada por Goethe em 1810
No século XIX o poeta Johann Wolfgang von Goethe, 1749-1832, se apaixonou pela questão da cor e passou trinta anos tentando terminar o que considerava sua obra máxima: um tratado sobre as cores que colocaria abaixo a teoria de Newton.
A principal objeção de Goethe a Newton era de que a luz branca não podia ser constituída por cores, cada uma delas mais escura que o branco. Assim ele defendia a ideia das cores serem resultado da interação da luz com a "não luz" ou a escuridão.
Por exemplo, o experimento da luz decomposta em cores ao passar por um prisma foi explicado por ele como um efeito do meio translúcido (o vidro) enfraquecendo a luz branca. O amarelo seria a impressão produzida no olho pela luz branca vinda em nossa direção através de um meio translúcido. O sol e a lua parecem amarelados por sua luz passar pela atmosfera até chegar a nós. Já o azul seria o resultado da fuga da luz de nós até a escuridão. O céu é azul porque a luz refletida na terra volta em direção ao espaço negro através da atmosfera. Da mesma forma o mar, onde a luz penetra alguns metros em direção ao fundo escuro. Ou as montanhas ao longe que parecem azuladas. O verde seria a neutralização do azul e do amarelo. Como no mar raso ou numa piscina, onde a luz refletida no fundo vem em nossa direção (amarelo) ao mesmo tempo que vai do sol em direção ao fundo (azul). A intensificação do azul, ou seja a luz muito enfraquecida ao ir em direção à escuridão torna-se violeta, do mesmo modo que o amarelo intensificado, como o sol nascente, mais fraco, e tendo que passar por um percurso maior de atmosfera até nosso olho fica avermelhado.
A interpretação do arco íris é assim modificada. Os dois extremos tendem ao vermelho, que representa o enfraquecimento máximo da luz.
Goethe realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas de uma cor complementar, notou que objetos brancos sempre parecem maiores do que negros.
Também reinterpretou as cores, pigmentos de Le Blon, renomeando-os púrpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita precisão das atuais tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impressão industrial.
Porém as observações de Goethe em nada feriram a teoria de Newton, parte devido ao enorme prestígio do físico inglês, e parte porque suas explicações para os fenômenos eram muitas vezes insatisfatórias e ele não propunha nenhum método científico para provar suas teses. Sua publicação "A teoria das cores" caiu em descrédito na comunidade científica, não despertou interesse entre os artistas e era deveras complexo para leigos.
Suas observações foram resgatadas no início do século XX pelos estudiosos da gestalt e sobre pintores modernos como Paul Klee e Kandinsky.
Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se divide em três matérias com as mesmas características que Goethe propunha para cores: a cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica fisico-química).
O conteúdo é basicamente a teoria de Newton acrescida de observações modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda podem ser encontrados em livros de psicologia, arte e mesmo livros infanto-juvenis que apresentam ilusões de óptica.
Da Vinci explicou que o branco e o preto não são cores mas sim os extremos de luz
História da Teoria da Cor
Aristóteles
A mais antiga teoria sobre cores que se tem notícia é de autoria do filósofo grego Aristóteles (384 a.C.
-322d.C.) Ele concluiu que as cores eram uma propriedade dos objetos. Assim como o peso, material, textura, os objetos também tinham cores. Pautado pela magia dos números, disse que eram seis o número de cores, o vermelho, o verde, azul, amarelo, branco e preto.
Idade média
O estudo de cores sempre foi influenciado por aspectos psicológicos e culturais. O poeta medieval Plínio certa vez teorizou que as três cores básicas seriam o vermelho vivo, o ametista e uma outra que chamou de conchífera. O amarelo foi excluído desta lista por estar associado a mulheres, pois era usado no véu nupcial
Renascença
Na renascença a natureza das cores foi estudada pelos artistas.
Leon Battista Alberti
O artista e autor renascentista italiano, o polímata Leon Battista Alberti (1404-1472) foi um discípulo do arquiteto Brunelleschi. Ele diria que seriam quatro as cores mais importantes, o vermelho, verde, azul e o cinza.
As cores em número de quatro estão relacionadas aos quatro elementos: Fogo-vermelho; Ar-Azul; Água-verde; Terra-Cinza. Essa visão reflete os seus gostos na tela. Alberti é contemporâneo de Leonardo da Vinci, e teve influencia sobre ele.
Leonardo da Vinci
O artista e cientista renascentista italiano, também polímata, Leonardo da Vinci (1452-1519) reuniu anotações para dois livros distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um só livro intitulado "Tratado da Pintura e da Paisagem". Ele se opõe a Aristóteles ao afirmar que a cor não é uma propriedade dos objetos, mas da luz. Havia uma concordância ao afirmar que todas as outras cores poderiam se formar a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma ainda que o branco e o preto não são cores mas extremos da luz. Da Vinci foi o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida, pesquisar a visão estereoscópica e mesmo tentou construir um fotômetro.
Le Blon
Ainda no século XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos pigmentos até chegar aos três básicos para impressão: o vermelho, o amarelo e o azul.
A LUZ E A COR
Olhando a Cor
A cor tem uma personalidade dupla: é leve e é pigmento. Quando vemos uma determinada cor, na verdade estamos vendo o comprimento de onda da luz que não é absorvida por esse pigmento.
O olho é mais sensível ao verde-amarelo luz, mas também faz cores "quentes" como o vermelho parecerem avançar em direção do espectador, enquanto cores "frias" como o azul parecem retroceder.
A cor, ou tom, é resultado da existência da luz, ou seja, se a luz não existisse, não haveriam cores, à excepção do preto que é exatamente a ausência de luz. O preto é resultado de algo que absorve toda a luz e não reflete, o branco resulta de algo que reflete toda a luz, logo é a existência de luz.
Assim, poderíamos dizer que: o branco e o preto não são exatamente cores, mas antes características da luz.
Isaac Newton fez uma experiência onde verificou que a luz do sol, tinha grande influência na existência das cores, nomeadamente as cores do arco-íris.
Na evolução das teorias é necessário salientar a sua importância para a explicação da natureza da luz, para explicar igualmente a cor que vemos nas coisas e compreender que estas se relacionam com a estrutura das substâncias que as constituem.
A luz é pois fundamental para a percepção da cor, uma vez que as cores só existem e só são vistas pelos nossos olhos, com a presença da luz. Assim, é essencial falar da cor-pigmento e da cor-luz.
A cor-pigmento é a substância usada para imitar os fenômenos da cor-luz. Cores que podem ser extraídas da natureza, como materiais de origem vegetal, animal ou mineral, e que da sua mistura, através de processos industriais, surge o pigmento.
A cor-luz, baseia-se na luz solar e pode ser vista através dos raios luminosos.
A cor-luz, representa a própria luz, capaz de se decompor em várias cores.
As cores podem ser usadas para invocar o humor na
arte,
mas o que são os humores tradicionalmente associados a cada cor e como esta associação tem sido usada para criar humor em uma pintura?
Psicologia das Cores
Sem cores o artista pode fazer pouco
para transmitir um estado de espírito na pintura.
Imagine
se Van Gogh não tinha o pigmento amarelo para os seus girassóis ou se os
impressionistas não tinham o azul ultramarino.
Os
humores de tais pinturas seriam muito diferentes. Neste
sentido, vamos olhar para o que é tradicionalmente associada a cada cor e como
essas cores foram usadas nas pinturas.
Entendendo a arte através das cores:
Como o Vermelho foi usado na Arte
O
vermelho é associado com raiva, sangue, paixão, sexo, vigor e sensualidade. Pensa-se
também para estimular os sentidos e proporcionar energia. Vermelho escuro pode provocar uma sensação de claustrofobia, como pode ser visto na série
vermelho do pintor Rothko. O vermelho pode ter também um efeito revitalizante como pode ser visto na pintura "Estúdio Vermelho" do pintor francês Matisse.
"Estúdio Vermelho" - Matisse
Mark Rothko
Laranja A cor laranja evoca energia, mas com menos fúria do que vermelho. Laranja traz estabilidade, otimismo e resolução. Por exemplo, na pintura de Gauguin com nativos haitianos, com o fundo laranja, demonstra presença marcante das figuras em primeiro plano.
"Três Taitianos"- Gauguin
Amarelo
O amarelo
é associado com confiança e com o momento presente. Na arte, pode trazer uma
sensação de bem estar e de vida. Veja estudos de Cézanne do "Mont
Saint Vitoire". Paul Klee favorece os tons de ouro, ocres e amarelos em seus
quadros, para transmitir serenidade e sensualidade em sua pintura "Senecio"
"Senecio" - Paul Klee
"Monte Saint Vitorie" - Cézanne Um amarelo sujo ou apagado pode trazer um ar ameaçador, como pode ser visto em "Melancolia e Mistério da Rua" do pintor De Chirico. (observem uma sombra atrás do prédio, ameaçador para a criança que brinca na rua). O amarelo é também associado com a cautela.
"Melancolia e Mistério da Rua" - De Chirico
Verde
Verde tem
fortes associações com o meio ambiente, as plantas e o mundo natural. Uma cena do pintor Rousseau "Surpresa na Selva", transmite a selvageria da natureza.
"Surpresa na Selva" - Rousseau
O pintor Monet e sua pintura "Ninfeas na Lagoa", traz uma sensação sem ar, mas espaçoso. Verde
também é visto como uma cor, de equanimidade, esperança e democrático. Ver
o fundo verde do artista Holbein na pintura "Os Embaixadores",
as figuras em frente do qual
estão em uma busca para manter a igreja unida.
"Ninfeas na Lagoa" - Monet
"Os Embaixadores" - Holbein
Azul
Azul
invoca a paz interior e estimula a energia.
O artista francês Yves Klein (1828-1962) que criou um tom de azul, conhecido como "Azul Klein", visto como uma cor
de liberdade, espiritualidade e meditação, pode ser visto em suas obras de
resina azuis.
Na mesma linha, um sentimento de grandeza celeste e pode ser visto na obra de Ticiano "Baco e Ariadne". Azul escuro e índigo, no entanto, pode ter um
efeito tranquilizador, a ponto de melancolia - portanto, sentindo azul.
"Antropometria" - Yves Klein
"Baco e Aradne" - Ticiano
Marrom
Marrom está associado com a estabilidade, confiabilidade, mas pode ser sisudo e melancólico.
Muitas pinturas a óleo antigas contém predominantemente cores da terra, porque certos pigmentos eram caros ou difíceis de conseguir. Por isso é discutível se as cores escolhidas foram realmente a intenção de criar um clima, nas pinturas de retratos de Rembrandt mais recentes possuem mais cores de terra do que seus trabalhos anteriores, talvez para refletir como as provações da vida mudaram a cor dele.
Branco
Branco pode ter um efeito calmante e é associado com pureza, inocência e limpeza.
O branco também é visto como falta de algo, como pode ser visto em "Composição em vermelho, azul e amarelo, do pintor Mondrian, composto de grades de cores contra um fundo branco.
Minimalismo tal tem sido utilizado para o efeito extremo das pinturas em branco, do artista minimalista americano contemporâneo, Robert Ryman, com esmalte branco categoricamente aplicado sobre um painel.
"Sem Título # 1004" - Robert Ryman
"Composição Vermelho, Azul e Amarelo Mondrian
Cinza e preto em Arte
Preto é comumente associada à morte, depressão e mistério.
Pretos e cinzas são usadas predominantemente nas pinturas do artista David, por exemplo
"A Morte de Marat", onde a figura está definida contra um fundo preto.
A pintura "Natureza Morta Vanitas" , simbolizando a morte, é monocromática,
tais como várias pinturas do artista De Heem.
Obras com crânios humanos e objetos dessecados são usados para descrever a transitoriedade da vida.
"A Morte de Marat" - David
"Vanitas" - de Heem
Cor e Humor na Arte
A cor e suas associações de humor têm sido usadas na arte ao longo dos tempos para transmitir uma mensagem. Sem uma ampla paleta de cores, seria difícil transmitir algum humor.
Mas as cores podem muitas vezes ter associações conflitantes e uma mudança de tom podem alterar todo o clima de uma pintura. O uso de um amarelo flutuante contra um amarelo apagado é um exemplo. Mais uma vez, a utilização somente do azul pode ser edificante e espiritual, mas também pode ser melancólico e frio.
A cor possui um vínculo muito forte com a terapia (arteterapia).
Numerosos psicólogos aliam seu trabalho a atelier artísticos, tentando descarregar as tensões do indivíduo pela catarse, pelo alívio, que a prática artística oferece.
Um bom exemplo disto foram as experiências feitas no Brasil pela psiquiatra junguiana, Nise de Oliveira (1905-1999) que foi aluna do psicanalista suíço Carl Jung (1875-1901). A médica fundou no Rio de Janeiro o Museu da Imagem do Inconsciente. Também foram feitas experiências pelo próprio psicanalista Carl Jung, da psicologia analítica, e por inúmeros profissionais nesta área que utilizam a arte e as cores, como terapia.
A psicóloga Janie Rhyne, do método gestalt, utilizara a arte em seu intento de reafirmação e conscientização do próprio eu de cada indivíduo. As sessões por ela dirigidas constituem experiências terapeuticamente orientadas em que os participantes trabalham com materiais artísticos para criar pinturas e formas esculpidas como um meio de se tornarem cônscios de si próprio e de seu meio, num nível percentual.
A expressividade da cor realmente tem a capacidade além de qualquer outro elemento de liberar as reservas criativas do indivíduo. Essa liberação é fator decisivo na auto-afirmação e auto-aceitação, que em última análise, é o que visa o terapeuta. Na ludoterapia, terapia pelos brinquedos, por exemplo, a cor tem também papel relevante. (fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br